Ederaldo Batista : abril 2013

A educação pública no Estado de São Paulo chegou a um nível que quem defende a escola pública tem que reagir. Ao longo dos anos, desde a obrigatoriedade do ensino fundamental até os dias de hoje, a qualidade da escola pública vem caindo.

O governo do PSDB, à frente do Estado desde 1995, tomou medidas que derrubou ainda mais a qualidade da educação no estado: da municipalização e aprovação automática a divisão dos professores em categorias e meritocracia não houve um ano que tivéssemos paz.

Aqueles e aquelas que defendem uma escola pública com qualidade para os filhos e filhas da classe trabalhadora devem empunhar a bandeira e ir à luta. A defesa dessa bandeira não cabe somente aos professores, mas a toda a comunidade escolar, pais e alunos também. Não se constrói uma nação justa, libertária e solidária sem garantir qualidade no atendimento escolar das nossas crianças e jovens.

Nos últimos 20 anos, a profissão do magistério vem sofrendo ataques incessantes do governo do Estado de São Paulo. Ano após ano, a profissão professor tem sido desvalorizada e desqualificada. Hoje os cursos de licenciaturas nas universidades estão sendo fechadas por falta de demanda. Ou seja, ninguém mais quer ser professor.

Não temos um plano de carreira, muito menos atrativo, precarização na contratação dos professores, péssimas condições de trabalho, condições de saúde se deteriorando, aumento da violência – já chegou à sala de aula, jornada estafante, aumento do assédio moral são exemplos da real situação que os professores estão submetidos.

Quando escolhemos ser professores, escolhemos uma profissão e não o sacerdócio ou uma atividade de voluntariado. Entremos em luta para defender a nossa profissão, pois será ela que exerceremos até nos aposentarmos. Dado sua importância para o conjunto da sociedade e para cada indivíduo em particular, receberemos a solidariedade – e é bem vinda, mas é tarefa primeira dos profissionais da educação lutar na defesa da sua profissão.

Lutar por salário justo é um direito de todos os trabalhadores. Nesse processo de desvalorização do magistério uma das coisas mais atacada foi o salário dos professores. Tal arrocho tem levado a categoria cada vez mais ao endividamento. É o pior salário entre as profissões que exigem nível superior. Por isso, que grande parte da categoria tem que acumular duas ou até três redes.

Defender um salário digno:

É defender a profissão do magistério;

É brigar pela qualidade do ensino;

É defender o direito de nossas crianças e jovens;

É lutar por um mundo mais justo e igualitário.