Professor estadual desde 1985, Ederaldo
Batista, 47 anos, é diretor executivo é diretor executivo do Sindicato dos
Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Foi um dos
fundadores do PSOL, primeiro presidente do partido no município e é Secretário
de Finanças do comitê estadual da sigla.
A Folha
Metropolitana publica as segundas-feiras, até 24 de setembro, a
série "Dez Perguntas ao Candidato", com questões idênticas aos sete
candidatos à Prefeitura de Guarulhos.
Folha Metropolitana - Qual o seu projeto político para comandar a segunda maior cidade do Estado de São Paulo e a nona economia do País?
Ederaldo Batista - Nosso
programa tem como slogan “Guarulhos nas mãos dos trabalhadores” e está aqui a
síntese do nosso projeto político para a cidade. Os trabalhadores que produzem
a riqueza que faz de Guarulhos uma das cidades mais rica do país não gozam
dessa riqueza. Implantaremos um governo comprometido com a classe trabalhadora.
FM - Guarulhos
possui 700 km de vias sem iluminação pública e terá que assumir esse serviço no
lugar da Bandeirante Energia no próximo ano. Como resolver esse problema, sem
deixar de investir em outras áreas importantes?
Ederaldo Batista - A cidade é rica e dispõe de arrecadação para
atender todos os serviços com qualidade. Neste sentido, não tem por que a
cidade estar tão escura à noite, como tem reclamado a população. Nossas praças,
avenidas e ruas devem estar devidamente iluminadas, inclusive porque isto é um
item de segurança.
FM - A
Secretaria Municipal de Educação estima que 5,5 mil crianças aguardem vagas em
creches. Como zerar a fila, sem esquecer a escassez de creches que atuem em
período integral?
Ederaldo Batista - Aumentar para 30% o investimento em educação e
universalizar o atendimento em creche e pré-escola em tempo integral, inclusive
com 1/3 da jornada extraclasse para o educador. O “CEU” não resolve as demandas
da população, exclui aqueles que não terão acesso. Menos propaganda e mais
vagas para nossas crianças.
FM - Guarulhos é considerada uma cidade formadora de atletas, que, em geral, mudam de cidade para se profissionalizar. Como manter a formação dos atletas em alta e voltar a lutar pelo título dos Jogos Abertos do Interior da 1ª Divisão?
FM - Guarulhos é considerada uma cidade formadora de atletas, que, em geral, mudam de cidade para se profissionalizar. Como manter a formação dos atletas em alta e voltar a lutar pelo título dos Jogos Abertos do Interior da 1ª Divisão?
Ederaldo Batista - Estimular e incentivar a prática esportiva
oferecendo alternativas nos bairros é fundamental para todas as idades. Para a
nossa juventude pode impedir que ela seja vítima ou cooptada pelas drogas ou
tráfico. A atual administração simplesmente fechou os centros de treinamento,
quando deveria amplia-los.
FM - Quais
serão suas ações para reduzir o déficit habitacional de 26 mil famílias, além
de resolver a regularização fundiária de 48 mil unidades?
Ederaldo Batista - Não há saída enquanto a especulação imobiliária
ditar as regras na cidade. Uma reforma urbana radical que atenda as
reivindicações da classe trabalhadora é a solução. Os pobres não podem pagar
mais IPTU do que os ricos – tem que ser justamente o inverso. Nosso governo
será é aliado dos que lutam por moradia digna.
FM - A cidade recebeu no ano passado nota 5,5 no Índice
de Desempenho do SUS (IDSUS), do Ministério da Saúde. Como fazer o resultado
ficar acima de 6 e garantir o melhor funcionamento dos equipamentos públicos?
Ederaldo Batista - É vergonhoso o atendimento que a população vem
recebendo quando procura o sistema de saúde. Quando precisa de um médico tem
que aguardar por meses. Crianças, mulheres, idosos sofrem quando buscam um
médico especialista. Investir mais, contratar profissionais, ampliar a rede.
Medicina preventiva é fundamental.
FM - O Programa Ilhas Verdes deve alcançar até dezembro
a marca de 100 mil árvores plantadas entre 2009 e 2012. Além disso, a SOS Mata
Atlântica constatou que não houve desmatamento na cidade desde 2008. Como
amenizar o impacto que a construção do Rodoanel trará ao ecossistema da cidade
a partir de 2013?
Ederaldo Batista - A obra do Rodoanel está no marco das megas-obras
que pouco ou nada ajudam na vida da população. Atinge o meio ambiente e a
população que se encontra no traçado da construção. Obras desse tipo interessam
efetivamente aos donos das construtoras. Reforçando a política de transporte
rodoviário em detrimento do ferroviário.
FM - A
Prefeitura possui um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério
Público Estadual que obriga a administração a tratar 80% do esgoto coletado até
2017. Atualmente a cidade trata 35% do esgoto. Qual será a sua ação neste campo
para cumprir o TAC?
Ederaldo Batista - Nosso governo não precisa de TAC para cumprir o que
outros governos não fizeram, pois consideramos importante o tratamento de
esgoto tanto para o meio ambiente como para saúde da população. Vamos cumprir
essa meta antes de 2016. Guarulhos deixará de ser uma das cidades que mais
polui o rio Tietê.
FM - É notório que Guarulhos passa por um boom imobiliário
e com crescentes congestionamentos. Como pretende trabalhar a mobilidade
urbana?
Ederaldo Batista - Se nenhuma medida for tomada, em breve teremos um colapso no trânsito. Oferecer transporte coletivo de qualidade, inclusive com veículo leve sobre trilhos (VLT), ciclovias e corredores, são exemplos de medidas que tomaremos. Reduzir a tarifa, implantar o passe livre para estudantes e desempregados rumo à tarifa zero.
FM - Por lei municipal, o prefeito de São Paulo é
obrigado a apresentar um programa detalhado de ações estratégicas, ndicadores e
metas quantitativas 90 dias após ser eleito, e prestar contas semestralmente.
Mesmo sem termos uma lei semelhante em Guarulhos, o senhor se compromete a se
submeter a mesma medida?
Ederaldo Batista - Sim. Nossa aliança será com o povo trabalhador, e
não com aqueles que sugam a riqueza para benefício próprio, como é o caso dos
partidos neoliberais e corruptos que estão ou são aliados da administração
federal, estadual e municipal. De forma que a participação popular garanta
Guarulhos nas mãos dos trabalhadores.
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