quarta-feira, 5 de junho de 2013

DESDE 1500 MATANDO ÍNDIOS... E ELES TEIMAM EM SOBREVIVER.

                Todos nós temos a obrigação de nos posicionarmos frente à questão indígena, sob pena de sermos coniventes, ainda no século XXI, com o extermínio dos povos nativos dessas terras que vem do século XVI. Desde a invasão portuguesa a essas terras os ataques aos povos autóctones não cessaram. Ao longo desses mais de 500 anos vários métodos foram utilizados: da escravidão a eliminação física, da “conversão” a destruição étnica e eles resistem.
                Hoje, novamente, os índios se fazem presentes nos noticiários, vejam se não é surreal: lutando pelo direito ao seu território. Toda a expansão territorial, toda a ocupação do território nacional, toda a política de “crescimento” e “desenvolvimento” desde sempre foram pensadas pelos governos (colonial, monárquico e republicano) sem levar em consideração a existência dos povos nativos. Na verdade, encarando-os como um entrave para o “progresso” da nação.
                Em que pese que a Constituição de 1988 apresentar um grande avanço jurídico ao reconhecer o direito dos índios às suas terras e à cidadania plena, resultado da organização e mobilização dos movimentos indígenas, ainda hoje tal luta resulta no extermínio desses povos, haja vista o assassinato recente do índio terena Oziel Gabriel – vejam, possivelmente pela Polícia Federal  -, em Mato Grasso do Sul.
                Aguardam no Ministério da Justiça (a quem a PF está subordinada) nove processos para serem homologadas as demarcações de terras e outros catorze processos e, trâmite na FUNAI. Esses vinte e três processos, já em fase avançada de estudos, que não recebem a devida atenção do governo demonstram empiricamente que a questão indígena é um problema político, ou seja, a questão da demarcação de terras indígenas no país passa pela vontade (leia-se, comprometimento) política do governo. E esse governo tem atendido as demandas da bancada ruralista, dos latifundiários e usineiros, do agronegócio em detrimento dos demais setores sócio-econômicos que debatem a questão da terra no Brasil.  
                Para além dos conflitos agrários, vejam o exemplo da usina hidrelétrica de Belo Monte. Concebida na ditadura militar, nos anos de 1970 como Kararaô, no rio Xingu, ressurge agora como principal obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Belo Monte vai atingir, direta ou indiretamente, vinte e quatro etnias e ainda há outras vinte e duas hidrelétricas planejadas para os rios amazônicos. É a política de sempre: retirar os indígenas do caminho para o “progresso” passar.

                Queremos aqui empenhar a nossa solidariedade as lutas dos povos autóctones. Não podemos aceitar que os direitos constitucionais desses povos sejam desrespeitados. Denunciamos a política do Governo PT/Dilma que não responde as reivindicações do movimento indígena. Que a sistemática destruição das nossas florestas, nossa fauna, dos nossos rios leva consigo o extermínio dos nossos povos nativos. Índio não é um elemento do folclore brasileiro. São seres humanos, sujeitos históricos, de direito que lutam para garantir a sobrevivência e a preservação da sua etnia. Repudiamos, veementemente, essa política que pretende retirar direitos adquiridos em benefício de empreendimentos que destrói os territórios indígenas, que continua derramando sangue dos filhos dessa terra.

Um comentário:

  1. Ontem (12) mais um índio foi assassinado no MS. Os fazendeiros continuam pressionando o governo...Que está estudando como ajudar ainda mais os latifundiários.

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