A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ALESP, aprovou na última terça-feira, 27, aprovou projeto de lei 687/2011 que muda a legislação que regulamenta a regularização de terras públicas, não se espante e acredite, invadidas por fazendeiros na região do Pontal do Paranapanema. Tal região é conhecida pelos constantes conflitos entre fazendeiros e trabalhadores sem terra.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que muitos acham um bom moço, que a Igreja católica pensa que é beato enviou tal projeto pra a ALESP com o objetivo de vender as terras devolutas, ou seja, terras que nunca tiveram proprietários privados, para os fazendeiros que invadiram as terras do Estado. - Quem disse que o crime não compensa?
A expansão do agronegócio no estado chegou à região, invadindo as terras e ou expulsando os pequenos produtores. (Diga-se de passagem, viajando por este estado, onde não se vê canavial, se vê eucaliptal). Com a monocultura vem à mecanização e, por conseguinte, o desemprego, a fome e a miséria.
Tempos atrás, não muito tempo ao ponto de esquecermos, no outro extremo do estado, Vale do Paraíba, mais precisamente na cidade de São José dos Campos, onde havia uma ocupação de trabalhadores sem teto, que residiam, trabalhavam, estudavam, enfim, onde viviam aproximadamente mais de 8 mil pessoas, por mais de 8 anos, num terreno que ninguém explica como foi adquirido, que é massa falida da empresa Selecta, do megaespeculador Naji Nahras, foram todos retirados pela polícia, do Sr. Governador Geraldo Alckmin - aquele bom moço, quase beato - com todo o aparato bélico de que dispõe e jogados na rua.
Diante do tratamento dado aos fazendeiros do Pontal e aos trabalhadores sem teto do Pinheirinho lembro-me do grande poeta latino-americano P. Neruda, em sua obra “Confesso que vivi”, na passagem que diz: “É a aplicação classista das leis elaboradas pela classe dominante”.
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